lunes, 12 de septiembre de 2016

DEIXA SER

O que é ser louco?
Não se identificar com essa realidade mais?
É não esconder sentimentos?
É ter coragem?
O que separa a realidade do são, do famigerado normal, da loucura, da insanidade do louco?
O amor pela vida?
A gratidão por estar aqui?
A contemplação da Natureza, do belo?
Ou a paciência de transmutar as dores e os medos?
O que é ser normal?
Ter medo de andar sozinho?
Acumular bens para exposição?
Explorar a fragilidade do outro sem peso na consciência?
Ou amar superficialmente?
Não estou segura da verdadeira linha (tênue) que separa o louco do não louco.
O que me ocorre é que por mais que doa ser louco, é na loucura que encontro profunda lucidez.
É do âmago do meu ser que pulsa, numa só frequência, uma certeza, talvez a única: DEIXA SER!

J.C.

domingo, 23 de agosto de 2015

SAUDADE CELTA



Na janela está ela
Minha alegria multicolor
Está ela na janela
Delicada a me olhar
Ali está ela
O carinho a expressar
Ali está
Um doce recordar
Uma lembrança vívida
A ausência sentida
De um voo suave
Onde está ela
Que minha janela
Não está a encantar?
Que tristeza sinto
Por não ver-te a me olhar
Não sei como estarás
Mas na janela solitária
Uma rosa amarela
Está a te esperar
Até que te decidas
Um dia regressar

J.C.

EFEMÉRIDES

Faz frio
Acende a fogueira
Me serve um quentão
Me dê um abraço
É dia de São João


Llegó el invierno
La noche fue larga
Irradia tu luz y renueva mi ser
Otro ciclo empieza
Con tu sagrada llegada


Alegria crioula
Sabedoria nativa
É batalha navalha
É a mescla do afinco
Nosso sangue caboclo


Muitos aniversariam
Seja de vida ou de morte
Eu é que tenho sorte
Hoje comemoro a vida e a morte
Não me canso de morrer de viver




J.C.

sábado, 13 de junio de 2015

NUM PISCAR DE OLHOS



Não me arrependo de ti
Es a primavera que chegou
Para florescer o meu jardim.
Rego todos os dias as lindas
Flores que deixaste
Estas me fazem sentir tua presença
Te sinto perto, me lembro do teu cheiro.
Às vezes, em um entreabrir de olhos
Sinto que toco teus lábios
Sou capaz de sentir sua respiração
Mas na efemeridade de um piscar
Já não te toco mais, já me lembro
De tuas lonjuras.
Volto a fechar os olhos novamente
E me lembro dos teus.
Olhar para eles me faz ver-me,
Ainda que esteja curiosa e ansiosa
Para ver-me novamente sem imaginar,
Desta vez, como será minha imagem.
Me perco, com alegria, em teu verde,
Que é a esperança do meu viver.
Me perco com prazer nos efêmeros
Beijos que nos damos a cada segundo
Que me perco no meu inconsciente
De tanto que sinto tua falta.
E o doce dos teus lábios, em minha boca fica,
Para que possa sentir-te
Até quando possa senti-lo de fato e tato.


J.C. 

O ESPELHO

Ei você que está aí do outro lado
Enxugue suas lágrimas
Nenhuma distância é tão grande
Que seja capaz de separar corações
Que batem em um mesmo ritmo

Ei você que está aí sentindo
Não perca a fé de que transcenderá
A paciência nasce da angústia
O primeiro suspiro do infante
Satisfaz a dor dilacerante de parir

Ei você que está aí em dúvida
Concentre-se em sua respiração
Repare no milagre da sua vida
Escute as batidas do (s)eu coração
Creia que elas são verdadeiras

Os ventos que te tocam a pele
Alternam-se entre o suave e o turvo
Para que sinta o equilíbrio cósmico
O Universo trabalha em consonância
Tome ciência, o choro é o sinal de existência

O crescimento é um sentir silencioso
Pode doer muito hoje e nada amanhã
Como pode sangrar, até se curar
Olhe para as cicatrizes, elas estão aí para tal
Mas lembre-se que elas não doem mais
J.C.

jueves, 19 de febrero de 2015

ALMA ARGENTOBRASILERA




Más una vuelta entera al reloj
A las7: 03 a.m. reluce el sol
Y con el alba un sentimiento   

Se ha vuelto una sensación habitual
Una inquietud siniestra que
Tuve que aprender a convivir

Pero no es un dolor hiriente
Es un recordar afable
Una certeza de reciprocidad afectiva

Es la gratitud de lo que fue
Y el anhelo de lo que será
Es la satisfacción de saber por dónde caminar

Es extrañar la esencia manãnera
Es compartir mates confidenciales
Y reponer pavas inconscientes

Es hablar acentos engañosos
Vosear con fluidez  
Y putear con convicción

Madre y hermana amadas mías
Mi mente conoció primero el Hino Nacional
Pero es con alegría que aprendí honrosamente
El glorioso Himno de la Nación

En este viaje fui concebida como un ave tropical
Que se regocija en volar por cielos tan celestes
Cielos estos que en el alma siento
Que otrora vivienda hice

Y así hoy me levanté nostálgica
Con inmensas ganas de volar
Y de mostrar orgullosamente
Mis alas argentobrasileras



J.C.

martes, 10 de febrero de 2015

ANSEIOS

Que eu alcance a paz
Que minh’alma tanto almeja.
Que enquanto vague pelo mundo,
Esta me encontre e não me abandone.
Que a divina luz alumie esse pedregoso sendeiro,
Para que eu possa enxergar as pedras
Pelas quais tropeçarei.
Que cada ferida sirva de aprendizado,
Impedindo-me de atingir o mesmo lugar.
Que as dificuldades não me atraiam
Às ilusórias bifurcações da vida,
Conduzindo-me a infortúnios.
Que nunca só esteja e que
Virtuosamente console
Os que se encontram perturbados.
Que eu sempre estenda minhas mãos
Aos que estão privados de admirar o céu.
Que a caridade me habite por completo
E que eu possa amar a todos cegamente.
Que eu seja incapaz de possuir
Qualquer sentimento lúgubre e
Que meu espírito abatido, aliviado se sinta
Nesse processo de constante lapidação.
Que eu seja a estrela guia
Dos caminhos obscuros de meus irmãos.
E que eu seja pura gratidão!

J.C.

DEIXA SER

O que é ser louco? Não se identificar com essa realidade mais? É não esconder sentimentos? É ter coragem? O que separa a realidade do s...